segunda-feira, 18 de março de 2013

Relatório de Viagem: “Visita Monitorada aos Engenhos São Felix e Dira, e as Fazendas Camaçari e Santa Cruz, no Estado de Sergipe”













UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA



 Relatório de Viagem: “Visita Monitorada aos Engenhos São Felix e Dira, e as Fazendas Camaçari e Santa Cruz, no Estado de Sergipe”.
·        Em: Santa Luzia do Itain ,  Itaporanga D’ajuda e Laranjeiras (SE).



Karla Jamylle Souza Santos
Graduando em Licenciatura em História pela Universidade Federal de Sergipe
Karlaanja_kj@hotmail.com  


 No dia 09 de março de 1013, nós, alunos do Curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Sergipe, mas especificadamente os alunos da disciplina Temas de História de Sergipe II, junto aos alunos do curso da Terceira idade, da mesma Universidade, participamos da visita monitorada, a alguns engenhos e fazendas do Estado de Sergipe. Essa visita teve como organizador, o Prof. Dr. Antonio Lindvaldo Sousa, professor do Curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Sergipe.
Essa atividade teve como principais objetivos, rememorar o passado da história de Sergipe, no tocante do cotidiano dos Engenhos. Permitindo assim, ter uma noção da estrutura física dos Engenhos, bem como a disposição de cômodos, moveis. Permitindo conhecer, os costumes, e modos de vida de cada espaço visitado, através da memória.

Nossa visita teve início, as 07:00 horas da manhã, onde saímos do Município de Aracaju, em direção a Santa Luzia. Chegamos ao nosso primeiro destino, o Engenho São Felix, no Município de Santa Luzia, as 08:00 horas da manhã. 

                                          Parte Externa do Engenho São Felix- Santa Luzia -SE

Parte Externa do Engenho São Felix- Santa Luzia -SE

Lá tivemos a oportunidade de, inicialmente termos uma breve, mas importante, fala do professor Lindvaldo, junto ao Professor de Curso de Museologia de Universidade Federal de Sergipe, convidado, Samuel Barros de Medeiros. Onde esses fizeram colocações pertinentes, sobre a história do Engenho São Felix, mostrando assim a toda a trajetória história do Engenho. Apontando os nomes de alguns dos seus proprietários. Dentre eles, Felix da Rosa, onde segundo o Professor, provavelmente, essa seria a origem do nome do Engenho São Felix, também era conhecido como Engenho “TUNTUM”. Uma curiosidade referente ao Engenho São Felix, é que esse, teve seu auge, em meados do final do sec. XVII até o decorrer do sec. XIX. Junto ao auge do Açúcar em Sergipe. Sendo assim, pode-se dizer que esse foi um Engenho do tipo “Banguê”, pois era de pequeno porte, e que não se sustentava apenas com o cultivo da cana, mas também de alimentos de subsistência.
Outro proprietário do Engenho São Felix foi Paulo Vieira. Sendo que esse foi proprietário no período dos anos de 1822 a 1862.  Ele foi pela ampliação da Casa Grande. Construiu um sobrado, esse de pedra e cal. Esse crescimento, também tem como causas, a forte influencia política, de Paulo Vieira. Um fato relevante sobre esse engenho, é que ele é um Prédio tombado elo Estado. Sendo assim, através do decreto lei de numero 6126, Patrimônio Material do estado de Sergipe.

                                  Professores Lindvaldo e Samuel palestrando

Passando para as instalações da casa grande. Essa para mim foi encantadora. Com as suas mobílias, pratas, divisões das instalações, quadros, e tudo que estavam  lá dispostos. Como forma de preservar a memória de uma localidade. Permitindo assim a rememoração de um passado que faz parte da história de Sergipe.


Faxada do Engenho São Felix: Santa Luzia -SE

               Telas com alto retrato de Antigos Proprietariados do engenho São Felix: Santa Luzia -SE


Salão Principal da Casa Grande do engenho São Felix





Cômodos, objetos e mobilais da parte interna do Engenho São Felix
Cômodos, objetos e mobilais da parte interna do Engenho São Felix

Dando continuidade ao nosso roteiro de visitas, saímos do Engenho São Felix, e fomos em direção ao Município de Itaporanga D’ajuda. Aonde, às 11:00 horas da manhã, chegamos ao nosso destino, a Fazenda Camaçari.

faxada da Fazenda Camaçari: Itaporanga D'ajuda -SE




 Lá fomos bem recepcionados, pelos atuais proprietários. Dentre eles, Maria Augusta, neta de Arnaldo Rolemberg Garcez. Nessa fazenda, fomos agraciados, com a palestra do Professor Samuel Barros de Medeiros. Conhecedor da historia da Fazenda, o professor em sua fala ressalta que a produção de açúcar em Sergipe, pode ser considerada tardia. Senso a Fazenda Camaçari, um espaço de memória, referente ao ciclo do Açúcar em Sergipe. Quanto as suas imediações, a permite, ao visitante, ter uma vista do Pico da Cajauba, bem como a Cerra de Itabaiana.
Se tratando da história dessa Fazenda, o Professor Samuel, destaca que no seu início, ela foi um Engenho, e somente com o declínio do açúcar em Sergipe, é que irá se tornar fazenda, tendo como atividade principal a criação de gado. A Fazenda Camaçari é banhada pela Bacia Vaza Barris.  Samuel, destaca ainda que a primeira fonte escrita, conhecida até hoje, que faça menção á Fazenda Camaçari, se trata de um Livro de Matricula, do ano de 1807. Esse livro faz um levantamento das terras Sergipanas, que naquele período, pertencia a Bahia. Nele, está documentado que a Fazenda Camaçari pertencia à José Ribeiro Lozano. E somente em 1855, é que se terá registros escritos, referente a Fazenda.  Esse, por sua vez se trata de uma das obras de “Orlando Dantas”. Onde esse relata que a Fazenda Camaçari, era um dos “feudos” sergipanos, ou seja, era um dos responsáveis pela dominação da região. Nesse período, a Fazenda Camaçari pertencia ao Barão de Itaporanga sendo que em 1870, essa fazenda agora pertenceria ao Barão de Estância , proprietário também, do Engenho Escurial, isso através da partinha de bens.  Já em 1890, a Fazenda paca a pertencer a José Correia. Pouco tempo depois a Fazenda volta a pertencer a família do Barão de Estância. Onde posteriormente, João Sobral Garcez herda a fazenda após casar-se com uma bisneta do Barão de Estância. Com a morte de João Sobral, a fazenda passa a pertencer ao seu filho José Rolemberg Garcez. 


Palestra do Professor Samuel na fazenda Camaçari: Itaporanga D'ajuda-SE
Palestra do Professor Samuel na fazenda Camaçari: Itaporanga D'ajuda-SE














  






















Após a fala do professor Samuel, nós nos dividimos em dois grupos, onde visitamos a casa grande, essa com sua fachada simples, mas original, e com seu interior deslumbrante e rico pela preservação das mobílias e objetos que remonta ao passado histórico daquela casa que representa um lugar de memória da cultura sergipana. Em seguida visitamos também a capela da fazenda. Essa muito bem preservada.


Mobiliá do da Fazenda Camaçari: Itaporanga-SE

quadros com fotografias do proprietariados da Fazenda Camaçari -SE


Parte interna da Capela da Fazenda Camaçari -SE
Faxada da Capela da Fazenda Camaçari-SE









Logo após a visita a Fazenda Camaçari, nós nos deslocamos para a Cidade de Itaporanga D’ajuda, onde almoçamos. Em seguida nos deslocamos para mais um lugar de visitação. O nosso local de visita foi de difícil acesso, mas que surpreendeu a todos pela sua beleza chegamos lá as 15:30. Esse se trata do Engenho Dira. Engenho pertencente a José Augusto Vieira, participante do Grupo Maratá.


Engenho DIRA: Itaporanga D'ajuda -SE

 Quanto à estrutura do engenho, essa sofreu muitas modificações. Mas preserva a sua Capela. Que data do ano de 1703.  Sendo de suma importância mencionar que a casa grande só foi construída em 1770, essa a primeira casa que tinha uma estrutura colonial. Já a segunda versão da  casa, essa foi construída aos moldes da arquitetura neogótica. Tem na sua estrutura Lapides dentro da Capela. As lapides, eram de ex- proprietários. Sendo que quanto mais próximo do altar está a lapide, mais importante era a pessoa.  Quanto a casa sede, essa é composta por 09 quartos, todos com suítes. Mostrando assim que a parte interna da propriedade foi completamente modificada. Sendo preservada apenas, a fachada da casa. O engenho Dira, é banhado pelo Rio Vaza Barris. O primeiro proprietário foi Antônio Theles de Menezes. Com a sua morte, durante o sec. XX o engenho pertenceu a Família Sobral, já no sec. XXI, ele passou para as mãos do Grupo Maratá.
O professor Lindvaldo, em suas falas, menciona que uma das pessoas que falam sobre o Engenho Dira, é a Arquiteta Kátia Loureiro. Ela destaca que a capela é de arquitetura singela e afastada da casa grande. Já voltando a fala do professor Lindvaldo, esse menciona que os bancos ali dispostos na capela, não são do período da criação da mesma. Já que até o sec. XVIII, as missas eram celebradas em pé. Outro ponto apontado pelo professor foi a presença da imagem de São Benedito, assim como a presença da Cruz.  

Faxada da Capela do Engenho Dira: Itaporanga
Frente da Capela do Engenho DIRA





Altar da Capela do Engenho Dira: Itaporanga-SE


Vista interna da Capela do Engenho Dira. 


Eu, na parte interna da Capela do Engenho Dira: Itaporanga - SE



Em seguida, conhecemos o espaço do Engenho, sendo que no Dira, não foi permitida a entrada a casa grande.   

Para finalizar a nossa visita a engenhos e fazendas de Sergipe. Nós nos deslocamos para o Município de Laranjeiras.Lá nosso destino foi a Fazenda Santa Cruz. Essa fazenda pertence a Dona Baby. Uma senhora muito atenciosa e que se preocupou, em, mesmo não estando lá, abrir as portas da sua fazenda, e ainda nos deixar um delicioso doce de leite.



Faxada da casa de Dona BABY: Fazenda Santa Cruz, Laranjeiras -SE



Nessa Fazenda, tivemos a hora de sermos agraciados com a fala da mestranda em História, a Aluna Priscila. Que através dos seus estudos nos falou que a Fazenda Santa Cruz teve como seus primeiros proprietários a Família Bragança. E também nos informou que parte da mobília da fazenda, assim como alguns lustres e objetos de decoração, fazia parte do Engenho Pedras, e foi redados pelo marido de Dona Baby. Uma informação importante apresentada para nós, é que a sala central da Fazenda Santa Cruz, tem a mesma disposição, no que se trata das mobílias, do Engenho Pedras. É de suma importância mencionar que Dona Baby, residiu no Engenho Pedras durante os anos de 1969 a 1971. Quando a estrutura interna da casa, ela estava assim dividida: no primeiro piso se encontra as salas, alguns quartos, cozinha. Já no piso superior estão dispostos os quartos e a biblioteca da família. Quanto à mobília, essa esta lindamente preservada, sendo ornamentada com objetos de prata, lindos cristais, e coxas e telas que embelezaram toda a casa. Deixando para nos visitantes o sentimento de rememoração do passado, permitido pelo fato da preservação de objetos de memória.

Sala central da Fazenda Santa Cruz: Moveis do Engenho Pedras
Imagem pertencente a decoração da Fazenda 


Tela pertencente a Fazenda Santa Cruz

Mobílias da parte interna da Fazenda santa Cruz, Laranjeiras -SE


Como forma de concluir esse relatório, gostaria de deixar meu sentimento de felicidade. Pois através dessa visita, pude conhecer um pouco mais da história de Sergipe, e puder reafirmar o meu sentimento valor a importância de preservação de um passado, que dessa forma permitirá que no futuro, seja possível conhecer esse passado. Entendendo os acontecimentos da época, e percebendo a influencia desses, para a formação da cultura na contemporaneidade.
   
Feliz por ter participado dessa visita aos Engenhos de Sergipe.