quinta-feira, 14 de junho de 2012

Relatório de pesquisa e coleta de dados ao jornal “Diário Oficial do Estado de Sergipe”, referente às noticias do ano de 1979. Cuja temática indagada trata-se dos Índios Sergipe.






Universidade Federal de Sergipe
Centro de Educação e Ciências Humanas
Departamento de História 




Disciplina: Temas de História de Sergipe I
Prof. Dr.Antônio Lindvaldo 
Discente: Karla Jamylle Souza Santos




Relatório de pesquisa e coleta de dados ao jornal “Diário Oficial do Estado de Sergipe”, referente às noticias do ano de 1979. Cuja temática indagada trata-se dos Índios Sergipe.







Introdução:

Essa pesquisa, de coleta de dados foi realizada no acervo Iconográfico do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Onde utilizei o jornal “Diário Oficial do Estado de Sergipe”, do ano de 1979. Nele pode ter acesso a quatro noticias, referente a luta dos Índios Xokós pelo pertencimento das suas terras.
 O trabalho em questão está dividido em três momentos distintos: a transcrição dos documentos (notícias iconográficas); a análise das noticias, fazendo uma correlação com o conteúdo estudado na disciplina Temas de História de Sergipe I e com a experiência da aula publica ao Sertão de Sergipe; e um terceiro e ultimo momento, com as conclusões finais desse relatório.  


1-    Transcrição das Notícias Iconográficas:


- Jornal: “Diário Oficial do Estado de Sergipe”, do ano de 1979.
- Data/pagina: 15 de setembro de 1979, pag. 02
















    

  Fonte: Acervo Iconográfico do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.


 “O Governador Augusto Franco recebeu ontem, no Palácio Olympio Campos, em audiência especial três funcionários da Fundação Nacional do Índio quê estão em Sergipe examinando os problemas dos índios Xocós, no Município de Própria. Estiveram com o Governador do Estado, Romildo de Carvalho, Assessor Jurídico; Eudes Araujo, Delegado Regional de Recife e Hildelgarda Santos, Antropóloga.
  Após o contato mantido com o Governador Augusto Franco, o Dr. Romildo Carvalho concedeu entrevista a imprensa, quanda na oportunidade, informou que se encontrava em Sergipe com o objetivo de observar todo o problema que envolve os indos Socós, e enviar relatório a FUNAI sobre a invasão da Ilha de São Pedro, no Município de Propriá.”












- Jornal: “Diário Oficial do Estado de Sergipe”, do ano de 1979.
- Data/pagina: 25 de setembro de 1979, pag. 01.






















Fonte: Acervo Iconográfico do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.

“Por determinação do Governador Augusto Franco, atendendo solicitação da FUNAI, a Comissão Estadual da Defesa Cível esteve na ultima sexta-feira, dia 21, realizado visita aos Índios Xocós instalados na Ilha de são Pedro, no Município de Porto da Folha.
    Sintonizando com os objetivos do Governo Federal conforme programa elaborado para socorro às vítimas das enchentes do Rio São Francisco, a comissão Estadual de Defesa Civil manteve contatos diretor com os problemas existentes naquela ilha, onde estão vivendo 221 índios homens, mulheres e crianças, em situação de miséria.
Constatando a realidade em que se encontrão os índios Xocós a Comissão estadual de Defesa Civil providenciou imediatamente a distribuição de gêneros alimentício, numa medida urgente, a fim de amenizar os sofrimentos de 46 famílias enquanto se determina uma solução viável para contornar a situação dos índios Xocós.”
Mediante o quadro ali encontrado, a comissão distribuiu proporcionalmente às famílias os seguintes gêneros alimentícios: Açúcar- 480 kg; Feijão 300 kg; Farinha 420 kg; Leite 144 kg; Arroz 300 kg; charque 180 kg; Óleo 60 kg; sal 45 kg; café 48 kg e Fubá de milho 120 kg.”      

- Jornal: “Diário Oficial do Estado de Sergipe”, do ano de 1979.
- Data/pagina: 11 de dezembro de 1979, pag. 01.
Fonte: Acervo Iconográfico do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.



“O Governador Augusto Franco assinou o decreto declarando de utilidade publica, para fins de desapropriação, o imóvel rural localizado no município de Porto da Folha, no Rio São Francisco, denominado de Ilha de São Pedro.
   O chefe do governo sergipano com o secretário analisou, entre outros problemas, a situação que já estava se agravando entre família Britto, pessoas que se dizem descendentes dos índios Xokós e a FUNAI decidindo, afinal, pela desapropriação de áreas em litígio.
   O Governador ao assinar o decreto em lide, considerou o estado de tensão social atualmente predominante na mencionada ilha, e de que o estado tem o dever legal de preservar a ordem pública e neutralizar os efeitos ( de litígio ) conturbadores da paz social.
  A ilha de São Pedro mede aproximadamente 600 tarefas e consta do registro imobiliário pertence a D.Elizabeth Guimarães Britto. Agora, ela será utilizada pelo estado, através da superintendência da agricultura e produção- SUDAP, para criação de melhoramentos de centros de população e seu regular abastecimento de meios de subsistência.
  O estado não se responsabilizará, todavia, por despesas judiciais, honorários de advogados e de peritos, provenientes de quaisquer ônus advindos do ajuizamento. Tramitação, acordo, transação, desistência ou extinção de toda ação judiciária e/ou procedimento administrativo, inclusive quanto a providencia social ou encargos fiscais.”  


- Jornal: “Diário Oficial do Estado de Sergipe”, do ano de 1979.
- Data/pagina: 14 de dezembro de 1979, pag. 01.


Fonte: Acervo Iconográfico do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe


“Na manhã de ontem, no Salão de Despachos do Palácio Olympio Campos, o Governador Augusto Franco formalizou a escritura de compra, pelo Estado de Sergipe, dos 600 hectares de terra que compões a propriedade Ilha de São Pedro, no município de Porto da Folha, pertencente à Família Britto.
 A compra foi efetivada pelo Governo através da Secretaria da Agricultura, sendo paga a quantia inicial de 480 mil cruzeiros, ficando o restante, dividido em 4 parcelas que serão pagas pelo Estado  nos  meses  de janeiro, fevereiro, março e abril do próximo ano, de  igual valor.

        Solução harmoniosa

O Governador Augusto Franco solucionou, desta forma, um problema de cunho eminentemente social e que poderia agravar-se, vez que a Ilha de são Pedro vinha sendo ocupada por remanescentes dos índios Xocós, que ali se radicaram. O Governo do Estado demonstrou, acima de tudo, isenção de ânimos no propósito de harmonizar, principalmente, a família sergipana, em todos os seus segmentos, sem alimentar quaisquer sentimentos que não sejam o do bem-estar de seus conterrâneos.”    





2- Analise das notícias:


Após a leitura e transcrição das notícias a cima, torna-se perceptível que no ano de 1979, a luta pelo reconhecimento das terras dos Índios Xokó, na Ilha de São Pedro, Município de Porto da Folha, se intensificou. Essa luta teve inicio, segundo as noticias do Jornal, em 15 de setembro de 1979. Onde os Xokó, que viviam de forma debilitada, lutavam pelo reconhecimento das terras, que ate essa data pertencia juridicamente à família Britto. Muitos foram os percalços, sofridos pelos índios. Eles foram expulsos das terras, ficaram sem alimentos. Mas através de reuniões entre o governo do estado de Sergipe e a FUNAI, esses índios tiveram a sua história modificada. Eles receberam a doação de alimentos, uma forma de amenizar a fome enfrentada por homens, mulheres e crianças da comunidade. E somente em 14 de dezembro de 1979, é que o governo do Estado de Sergipe, decide comprar as terras habitadas pelos Xocó, amenizando o clima de conflitos entre esses e a família Britto.
 Sendo assim é pertinente ressaltar que a luta pelo reconhecimento e pertencimento das terras habitadas pelos índios em Sergipe, só foi ser resolvida na década de 80. Isso mostra o quanto os índios são marginalizados pela sociedade. Algo impertinente já que foram eles os primeiros habitantes das nossas terras.
 Durante as aulas de Sergipe I, e a aula pública realizada pelo professor dessa mesma disciplina, observei que mesmo como a maior valorização e investimento do Estado, na preservação da cultura indígena, dos Xokó em Sergipe, na contemporaneidade. Ainda torna-se necessário, um maior reconhecimento dessa cultura.   

    

Conclusão:
2-     

Como conclusão desse trabalho, pude perceber que nas noticias encontradas, existe momentos em que é informada a localidade da comunidade dos Xokó,de forma incorreta. Isso ocorre na primeira noticia cujo traz como localidade da Ilha de São Pedro, o Município de Propriá, sendo que, na verdade a Ilha de São Pedro esta localizada no município de Porto da Folha. Outro diferencial percebido durante a transcrição das noticias foi a forma com a qual foi escrito a palavra Xokó, que aparece escrita das seguintes formas: “Xocós” ; “Xokós”.
 Se tratando do conteúdo, pude concluir que mesmo tentando amenizar a situação de conflito entre os Xokó, e a família Britto, o Governo do Estado de Sergipe, mesmo comprando as terras e distribuindo alimentos para os remanescentes dos Xokó, eles não demonstraram um interesse em preservar a cultura do outro. Já que a partir do momento em que essas terras são reconhecidas como pertencentes aos Xokó, é um primeiro passo paro o processo de preservação da cultura Xokó. Sendo essa parte integrante da formação da cultura Sergipana.



Referências Bibliográficas
SOUSA, Antônio Lindvaldo. Temas de História de Sergipe I. São Cristóvão: UFS, CESAD, 2010

terça-feira, 29 de maio de 2012

Analise Cristica do Filme : Hans Staden








O filme Hans Staden, do diretor Luis Alberto Pereira, retrata a passagem, de 09 meses, do Alemão Hans Staden em terras Tupinambá. Sendo que esse filme é baseado nos relatos, escritos, pelo próprio Hans Staden, durante a sua passagem pelo território Tupinambá Onde ao chegar ao território Brasileiro, Hans Staden, é capturado e torna-se prisioneiro dos índios. Para os Tupinambá, esse “invasor” era português. Sendo assim seria seu inimigo, já que os Tupinambá eram aliados aos franceses e tinham grandes conflitos com os portugueses.

Dentre as os momentos, apresentados no filme, que marcam a passagem do Alemão em terras brasileiras, e que tenta destacar algumas das características da cultura Tupinambá pode-se resaltar a questão de manter os corpos sempre depilados, sem pelos. Mostrando, em determinado momento do filme que, assim que o “invasor” é capturados pelos índios, ele tem seu corpo todo depilado, isso pelas índias.
Outro ponto mostrado no filme, e que marca uma das características da cultura Tupinambá é a questão de manter seus inimigos prisioneiros. Mostrando assim mais uma marca dessa cultura em que, os seus inimigos eram presos, e depois passavam por alguns rituais, ate um ritual final, em que ocorria o “Choro milagroso”, onde as índias choravam ao redor do prisioneiro e logo depois esse prisioneiro era morto com um golpe dado por um dos índios, com um pedaço de pau. Em seguida, seu corpo servia de alimento para a comunidade. Mostrando que a questão de comer o inimigo tinha um significado, que vai além do que muitos acreditam ser. Isso ocorria, pois eles acreditavam que se alimentando de determinadas partes do copo do seu inimigo, prisioneiro, eles iriam adquirir a força e a bravura do mesmo. Sendo assim pode-se dizer que Para os povos Tupí, morrer Prisioneiro do inimigo era uma honra, já para Hans Staden não era o almejado, e muito menos honroso.  Por esse fato, torna-se de suma importância destacar que Hans Staden, foi preso, mas soube adapta-se a cultura do outro, e assim não foi morto. Ele utilizou como tática, a questão de observação e “adequação” à cultura tupinambá. Utilizando-se de características da sua cultura, para aproximar-se e adquirir a confiança dos índios. Ela utiliza-se  de um ponto fundamental que é a questão da “Fé”. 
 É perceptível ainda que, ao entrar em contato com português, Espanhóis, Franceses Holandeses, os índios do território brasileiro, adquiriam doenças que ocasionaram o grande número de mortes. Dentre essas doenças estão à gripe, a varíola e a rubéola. Esse momento pode ser visto no filme, onde muitos dos Tupinambá morrem por conta da epidemia dessas doenças.
Por fim, pode-se dizer que o Hans Staden, ao chegar ao habitart dos Tupinambá, teve que se adaptar a cultura do “outro”. Dessa forma, ele pode perceber que o “OUTRO” não se trata de Bárbaros. Eles apenas têm outra cultura, outro modo de ser, de viver e de se comportar.  

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Relatório de viagem: "o sertão tem histórias"

Olá, olha eu aqui mais uma vez... Hoje estou aqui para relatar a minha viagem, na verdade foi uma aula publica, ao Sertão da minha querida terra natal, Sergipe essa aula teve como tema: “O sertão tem histórias”. E ocorreu nos dias 13 e 14 de abril de 2012, organizada e ministrada pelo Professor Antonio Lindivaldo. Tendo como objetivo maior, proporcionar, a nós discentes, um maior entendimento sobre a vida, os costumes e as diferentes culturas no sertão de Sergipe.









 Além disso, aproveitamos a viagem, eu e os meus colegas de disciplina, para fazermos um “documentário” sobre a vida e o cotidiano dos Xokó, uma comunidade indígena, na verdade a única comunidade indígena existente ainda hoje em Sergipe. Sem falar que, nessa viagem eu tive a oportunidade de conhecer melhor as pessoas que estão cursando a disciplina Temas de História de Sergipe I, comigo, que, diga-se de passagem, são os calouros. Mas, diferente do que muitos pensão são alunos incríveis e muito dedicados. Além deles, tive a oportunidade, ilustre, de conhecer também, os alunos da terceira idade. Ai, sem comentários. Cada momento compartilhado foi uma lição de vida.

 Eu e os meus colegas, que estavam responsáveis por fazer o documentário referente à comunidade Xokó, iniciamos nossas atividades logo que iniciamos a viagem. Dividido as atividades, e gravando algumas colocações feitas por nós mesmos, os Xokó e como realizaríamos o nosso documentário.
Chegando ao sertão sergipano, a nossa primeira parada, foi na Cidade de Gararu. Lá conhecemos a igreja matriz Nosso Senhor Bom Jesus dos Aflitos, fundada na segunda metade do século XIX. E o que mais me impressionou foi à presença de covas dentro da igreja. Isso mostra um pouco da cultura e dos costumes do sertão.






Em seguida fomos ao Curral das pedras. Lugar lindo e, diga-se de passagem, quente rsrsrsrs. Lá conhecidos um pouco da vida do Sr. Pedro, o dono da fazenda. Ele nos apresentou o curral de pedras, assim como contou um pouco da história desse espaço que faz parte da história da sua família.








Dando continuidade a nossa viagem, fomos para a cidade de Porto da Folha. Lá conhecidos a Igreja da cidade, onde ocorreu uma espécie de aula. Que teve como temática, através de um painel pintado no altar da igreja Nossa Senhora da Conceição, a vida e o cotidiano de Porto da Folha. 





Fomos ainda a Ilha do Ouro, onde também tivemos uma aula ministrada pelo professor Lindivaldo, e com a participação do cantor Antonio Carlos do Aracaju. Ainda nesse dia fomos prestigiados com uma apresentação teatral de uma das alunas do professor Lindivaldo, e também uma apresentação da quadrilha dos Jovens de Porto da Folhar. E para completar fizemos um sarau à beira do rio onde todos interagiram com: músicas, poemas, histórias, piadas, enfim foi uma noite muito animada e cheia de ensinamentos. Ai, voltamos para Porto da Folha e fomos dormir.





No domingo, logo pela manhã fomos novamente para Ilha do Ouro, conhecemos um pouco mais daquela localidade, a exemplo do Rio Capivara, fonte de subsistência da comunidade.








 Mas o nosso principal destino nesse dia era a aldeia dos Xokó.... ao chegarmos lá fomos recebidos pelo cacique Apolônio. Mas antes de adentrar a esse momento da viagem, quero resaltar que até chegar a aldeia dos Xikó, a gente rodou um pouquinho, kkkkk é fomos para Niterói, depois para a Mocambo e ai então depois de muito “vai e vêm”, “desce e sobe”, “ai que calor”, “quero meu pai e minha mãe”, kkkkk brincadeiras a parte, depois de alguns perrengues, chegamos na aldeia. Fomos bem recebidos, como um delicioso almoço, e não falo isso porque eu estava como muita fome, rsrsrs. Falo porque realmente tava uma delicia. 








Depois do almoço, eu e meus colegas de trabalho “nesse caso o documentário” iniciamos as nossas entrevistas com algumas pessoas q estavam sentadas a frente da igreja da comunidade, detalhe a igreja é católica. Ao mesmo tempo, outras pessoas que estavam fazendo parte da produção desse documentário estavam gravando a palestra que do Cacique Apolônio estava ministrando dentro da Igreja. No fim da tarde ainda fomos prestigiados com uma apresentação de dança dos índios Xokó.  

Mas antes de terminar o meu relato de vigem tenho que mencionar alguns momentos inesquecíveis tais como: o primeiro banho, de rio da viagem. Esse ocorreu no curral das pedras, como já tinha dito estava muito calor e não deu para resistir ao “Velho Chico”. Então eu mais alguns colegas de viagem, tomamos um banho de rio a detalha de roupa e tudo, rsrsrsrs. As musicas divertidas algumas inventadas como “de “Forró do FULANO” muito bom; as aventuras de quem focou no alojamento, assim como eu. Luta para tomar um banho, e para dormir. Mas no final tudo de certo. Obrigada galera pela experiência incrível de conhecer um pouco da história de Sergipe, além disso, conhecer um pouquinho de cada um de vocês.

Essa viagem foi uma ótima experiência. Pois aprender a cultura do outro, é tentar viver e se sentir, um pouco, pertencente a essa história e cultura.   Viva cultura Sergipana.