UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO
DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO
DE HISTÓRIA
Prof. Dr.: Antonio
Lindvaldo Sousa
Aluna: Karla Jamylle
Souza Santos
“Um
olhar icnográfico sobre o entorno do Quadrado de Pirro: analise história do
centro Histórico de Aracaju (1855- 1940)”
I-INTRODUÇÃO:
O
presente artigo tem como objetivo divulgar e tornar claro os acontecimentos,
que ocorrem na história de Sergipe em especial da capital, desde a mudança de
São Cristóvão para Aracaju e em que esta mudança contribuiu para o
desenvolvimento social, político e econômico da população sergipana. A mudança
da capital ocorreu em 17 de março de 1855, com a transferência da sua sede
provincial de São Cristóvão para Aracaju. A princípio houve resistência da
população de São Cristóvão que não concordavam com a mudança, mas com o passar
dos anos acabaram aceitando mesmo sobre protesto.
De
acordo com o relato de Maria Thétis Nunes:
Só seriam registrados protestos
legais da Câmara Municipal de São
Cristóvão à Assembléia Legislativa Provincial contra a transferência das
sessões para o povoado do Aracaju, e uma representação a ser encaminhado ao
Imperador Pedro II contra o ato. Pacíficas manifestações populares aconteceram
em São Cristóvão criticando os responsáveis pelo o ato da mudança da capital da
vetusta cidade, fundada após a conquista de Sergipe por Cristóvão de Barros. (2006, p.128).
A
nova capital da província enfrentou muitas dificuldades no início de seu
povoamento, por não ter muitas casas apenas sítios isolados de povoação.
A partir da drenagem e aterro dos
pântanos e charcos na região atualmente localizada entre as praças Fausto
Cardoso e General Valadão, o Presidente iniciou a construção dos primeiros
edifícios: a alfândega, o palacete provisório para sediar a presidência, o
quartel para a Polícia, e, com contribuições particulares, inclusive dele, a
Casa da Oração, de pequeno tamanho, para as práticas religiosas enquanto a
Matriz Nossa Senhora da Conceição não estivesse concluída, tendo sido lançados
os alicerces. (Idem, 2006, p.144).
Na
escolha de Aracaju para ser a sede da província foram levado em consideração a
sua posição geográfica, que ficou próximo ao mar, tendo a Ponte do Imperador
como porto hidroviário e aeroviário que recebia as embarcações e as aeronaves
que aqui chegavam trazendo seus ilustres visitantes, dentre eles D.Pedro II e a
Princesa, o presidente Washington Luiz e os filhos ilustres de Sergipe.
A Resolução de 17 de março de
1855, transferindo a capital para o povoado de Santo Antônio do Aracaju, não
seria um ato impetuoso do Presidente, mas planejado objetivamente dentro da
realidade do momento em que vivia o país, assim evidenciam as medidas que
vinham sendo tomadas por ele através do ano de 1854 aparelhando o povoado do
Aracaju para a posição que lhe estava destinada. (Ibidem, 2006, p.134).
Os
terrenos nos quais estava situada a nova capital pertenciam a várias
personalidades que faziam parte da vida política e econômica de Sergipe, como
as famílias Furtado de Mendonça e Rollemberg, mais o maior proprietário de
terras era Luiz Francisco das Chagas, o Luizinho
como era conhecido. Essas terras de Luizinho foram adquiridas através da
regulamentação da posse requerida ao Presidente da Província, em 1854 e também
por meio de herança. Ele residia no Sitio Olaria, que se estendia desde a
região na qual atualmente está situado o centro da capital do Estado de Sergipe
até o riacho Tramandai, onde atualmente está a Avenida Francisco Porto. Dentre os
vários sitio que pertencia a Luizinho vale destacar o Sitio Aurora que
emprestou o nome com o qual foi batizada a Rua da Frente, a Rua Aurora.
Antes que a Rua da Frente fosse
aberta o lugar era conhecido como Costa do Cessa Farinha. Num outro sítio, do
qual Luizinho também era dono, localizado na área onde atualmente está a Rua de
Estância, nas proximidades da Rua Itabaiana, vivia José Albino de Moura. Na
região em que foi construído o edifício da Escola Normal, no início do século
XX (atual Centro de Turismo), havia outro sítio no qual residia Gustavo
Próspero Travassos, propriedade do mesmo Luiz Chagas. Além disso, ele era dono
de um quinto sítio na região chamada Padre Soares, que fazia limite com a
Jabotiana e com as terras de Carlos Cruz.(NASCIMENTO, 2010, p.20-21)
2-Do
Fundador da Nova Capital
O
fundador da cidade, Inácio Joaquim Barbosa, decidiu que esta seria diferente de
todas outras “irmãs mais velhas”, tendo como engenheiro o Capitão de Engenheiros
Sebastião José Basílio Pirro designado para a construção da cidade planejada.
Segundo
consta no relato de Nunes:
O capitão de Engelharia Sebastião
José Basílio Pirro, já vivendo em Sergipe desde 1848, que elaborou a primeira
planta de Aracaju (texto n° 3), “um traçado em xadrez”, e “ dentro de um
quadrado de 540 braços de lado estavam traçados quarteirões iguais, de forma
quadrada, com 55 braços de lado, separados por ruas de 60 palmos de largura.
Como se vê, o supra-sumo da simplicidade e do rigor geométrico.”
( 2006, p.144).
O
trabalho que foi desenvolvido pelo o engenheiro recebeu a denominação de
“quadrado de Pirro”, utilizado para designar a forma com que foi planejada a
nova capital, forma esta associada a um tabuleiro de xadrez.
A única alteração que sofreu o
plano de Pirro foi imposta pelo próprio Presidente Barbosa ao curvar a reta da Rua
da Frente à suprema necessidade de incentivar as edificações da cidade. A reta
de Pirro estaria, para sempre, em chocante contraste com a ampla curva que faz
o rio em frente à cidade e o seu ponto final, ao sul, ficaria distante mais 200
metros da praia. Foi uma sorte a lembrança do Presidente. Em vez de uma reta
fria e inflexível, sem perspectiva, ganhou a cidade uma bela avenida,
acompanhando o Sergipe e que pode ser admirada, em toda a sua extensão, de
qualquer de seus pontos.
(Ibidem, 2006, p.155).
Ao
solicitar a alteração, o presidente Inácio Barbosa queria incentivar a
construção de
edificações
e assim aproximar a população que ali residia do Cotinguiba e logo a frente da
Praia Formosa que fora bastante frequentada e foi onde o submarino alemão atracou
no período da Segunda Guerra Mundial e hoje se chama Praia 13 de Julho muito
diferente do que fora em outrora tomada por uma grande poluição fruto dos
dejetos de esgoto da cidade, mais que continua sendo frequentada por todos para
caminhadas e diversão fato que redeu a cidade o título de “melhor qualidade de
vida”.
O
local é um dos pontos que sofreu maior especulação imobiliária nas últimas décadas,
com suas imensas mansões de fino acabamento, requinte e luxo, que embelezam
cada vez mais a Avenida Beira Mar.
O
Cotinguiba foi palco de imensas festas dentre elas do São João e Carnaval que
durante muito tempo fora feito lá, sobre os olhares das classes dominantes que
ali freqüentavam num momento de pura diversão.
II- DESENVOLVIMENTO
1-O
mercado e a vida boemia dos aracajuanos
O
centro de Aracaju fazia parte da vida boemia dos aracajuanos, principalmente no
período noturno nas imediações do mercado Thales Ferraz durante décadas.
O
Mercado Central de Aracaju foi, durante duas décadas, o maior e mais completo
centro popular de Aracaju. Dividido em três mercados (Thales Ferraz, Antônio
Franco e o novo Albano Franco). O
Mercado que inicialmente tinha sua estrutura feita em madeira, foi reformado
pela primeira vez em 1910, passando a ser de ferro. Novas reformas ocorreram em
1920 durante as comemorações do centenário da independência do Estado de
Sergipe. Segundo o Historiador Luiz Antônio Barreto[1], “essa obra foi chamada de Mercado Antônio Franco, nome do
empresário que investiu em sua construção”. Somente na década de 1940,
adquiriu a estrutura atual.
De
1994 a 2002 sofreu novo ajuste e a construção do prédio novo, Albano Franco,
área de abastecimento de frutas e verduras. Antes, ele era um mercado comum,
com estabelecimentos com ferragens, alimentos e bares. Mas, hoje, têm
entre seus produtos o artesanato, as roupas e as comidas típicas.
Os
novos prédios do Mercado estão localizados onde antes
ficava o porto de Aracaju, lugar de saída e chegada de barcos e saveiros que
iam e vinham do interior do estado com passageiros e mercadorias. Atualmente,
mercado também reserva espaço para os bares e restaurantes, que oferecem um
cardápio típico da região. O pirão de capão é o prato mais apreciado,
junto com a carne de sol, o churrasco e o bacalhau. O Mercado Central de
Aracaju mantém sua arquitetura original, em estilo colonial espanhol, mas,
depois de uma reforma, passou de um mercado normal, para uma importante
atração turística da capital sergipana.
Dentre
as atrações do Mercado Central de Aracaju merecem destaques: a carrocinha de
João Firmino Cabral, com 68anos de idade, vende literatura de cordel a mais de
50 anos.
Ele
faz literatura de cordel desde os 16 anos tem centenas de títulos publicados; a
frente da banca de cordel pode-se encontra uma antiga dupla de repentistas; no
mercado pode-se encontrar um espaço destinado a preservação da cultura popular,
a Rua da Cultura, onde ocorrem shows com bandas locais, e o famoso Forró Caju,
espaço de comemoração das festas juninas que recebe famosas bandas de forró e
também os forrozeiros tradicionais do pé de serra durante toda a segunda
quinzena do mês de junho. Mas o no cotidiano do Mercado central de Aracaju, o
que mais se destaca são as barracas onde, são expostos e vendidos todos os
tipos de produtos artesanais do estado de Sergipe, além da diversidade
culinária, o corredor das flores e ainda uma parte do prédio destinada à venda
de frutas e verduras.
Após
uma, pesquisa mais aprofundada, foi possível encontrar, o Regulamento para o
serviço do Marcado Municipal de Aracaju. Publicado no Jornal “Diário Oficial”,
no dia 01 de janeiro de 1928. Nesse regulamento constata-se que o Mercado
Municipal de Aracaju, foi criado com o intuito de servir de espaço para a venda
de gêneros alimentícios, mais sendo permitida também, a venda de artigos de
comercio. Esse regulamento foi elaborado em 27 de dezembro de 1927, por
Theophilo Corrêa Dantas, o intendente municipal de Aracaju, no Gabinete do
mesmo, e foi publicado, no Jornal “Diário Oficial”, pelo secretario do
intendente, Hermenegildo Leão dos Santos.
A
estrutura do Regulamento está disposta da seguinte forma: Dividida em dois
capítulos, onde o capitulo de numero um, que contem 22 Art., irá tratar de
esclarecer, as normas de funcionamento do estabelecimento; já o capitulo dois
que corresponde aos Art.23 a 29, e fica incumbido de explicar as Atribuições do
Administrador, e as Disposições Gerais. No regulamento do Mercado Municipal de
Aracaju é possível destacar que, o Mercado era composto por divisões, de acordo
com o que seria comercializado em cada espaço. Existiam divisões para artigos
de armarinho, gêneros de estivas[2],
açougues, peixes. Esses comercializados nos compartimentos que formam as quatro
faces do mercado, interna e externamente. Nas demais divisões centrais, do mercado,
eram comercializadas, artigos do gênero alimentício como: farinha, milho,
arroz, batatas, frutas, legumes, hortaliças, aves e fressuras[3].
Quanto ao horário de funcionamento do Mercado
Municipal de Aracaju, segundo o Regulamento de 1928, o Mercado estava aberto ao
publico das 05 horas e 30 minutos da manhã às 17 horas e 30 minutos da tarde,
sendo que a abertura e o encerramento do comercio no Mercado, era anunciado por
toques de sineta. O Mercado era dirigido por administrador, nomeado pelo
intendente do Município. O intendente tinha como função, fiscalizar a parte
interna e externa do Mercado Municipal, expedir ordens aos demais funcionários
do Mercado. Dentre esses funcionários estão os cobradores fiscais, cobradores
de impostos, guardas, serventes, o administrador, o escriturário e diaristas.
O
Mercado era lavado e varrido diariamente, às 17 horas e 30 minutos da tarde,
após o encerramento do expediente. E segundo o Regulamento do Mercado, era de
responsabilidade de cada comerciante, lavar e manter limpo os seus
estabelecimentos. Já a parte central (corredores e passagens) e os espaços não
locados, eram de responsabilidade dos serventes do Mercado, manter-los lavados
e varridos. É importante salientar que no Art. 8º, do regulamento do Mercado,
está descrito que “os lacotorios de compartimentos ocupados por açougues farão
lavar com potassa[4] as
respectivas paredes, pelo menos uma vez por semana, no dia designado pelo
administrador”. Já no Art. 10º e possível observar que era obrigação dos
comerciantes que, os balcões ou bancos onde seriam expostos os produtos, que
seriam adquiridos, a partir de quantidades medidas por balanças, pesos e
medidas, que esses, estivessem dispostos nos balcões, de forma que o comprador
pudesse verificar o que e quanto (quantidade) estava sendo comprado.
Os
vendedores que comercializavam na ária central do prédio tinham a permissão,
para vender seus produtos, apenas até as 17 horas, sendo obrigados, a deixar os
locais ocupados, varridos e limpos, após o expediente. Quanto aos comerciantes
volantes, esses tinham a obrigação de retirar suas mercadorias, logo que se
encerrasse o movimento do Mercado, geralmente às 17 horas e 30 minutos. No Art.
13º do Regulamento do Mercado, esta claro que a locação (aluguel) de açougues,
compartimentos e outros lugares do Mercado, eram feita por mês, e o pagamento
deveria ser adiantado, ou feito diariamente.
Ainda
no primeiro capitulo do regulamento do Mercado municipal, mais
especificadamente nos Arts. 15º e 16º, foram descritos, vinte tópicos,
correspondente ás proibições do estabelecimento. Dentre essas proibições
destacam-se: a proibição da entrada de cães, e quaisquer animais vivos, exceto
aqueles cuja venda seja feita, para o consumo humano; atravessar ou percorrer o
mercado com objetos que interrompam a passagem de pessoas; sentar eu parar em
lugares destinados a circulação e movimentação de pessoas e mercadorias;
utilizar-se de gritos ou vozerias, para anunciar os preços e os artigos à venda
no Mercado; utilizar palavras ou se comportar de modo inconveniente a decência,
moralidade e ordem publica; proibida também, a presença de músicos, cantores,
ambulantes e saltimbancos[5],
nas áreas centrais do Mercado; era estritamente proibido deixar ou jogar, nos
lugares destinados ao trânsito de pessoas e mercadorias, papeis palhas e outros
resíduos; proibido, ter no chão dos açougues e dos compartimentos destinados à
venda de mercadorias, aves mortas, peixes estragados, mercadorias avariadas e
outros resíduos prejudiciais a saúde publica; vender gêneros alimentícios
falsificados ou roubados; lesar ou tentar lesar o comprador, quanto aos pesos,
medidas e quantidades das mercadorias; é proibida a presença de loterias e
jogos; proibido rasgar ou inutilizar os editais colocados no mercado, por ordem
da Intendência; sujar, desenhar ou borrar os muros, ferros, paredes, tanto da
parte interna quanto da parte externa do Mercado; fixar de cartazes nas paredes
o mercado; danificar qualquer objeto pertencente ao estabelecimento; brigas,
gritos, queixas, cantigas e outras coisas que perturbem a ordem; deixar
crianças correr, brincar, ou serem abandonadas no prédio do mercado e em suas
dependências; perturbar ou ameaçar aos agentes e autoridades particulares; era
estritamente proibido, apropriar-se de objetos que não lhe pertencesse, e que
fossem encontrados nas imediações do Mercado. Esses objetos deveriam ser
integres na administração do Mercado, para que, caso o dono voltasse, ao
estabelecimento, a procura do objeto perdido, esses fosse entregue ao dono.
Pode-se mencionar que é de grande relevância o que se estabeleci no Art.
17º do Regulamento do Mercado Municipal. Esse esclarece que os patrões,
deveriam evitar que seus filhos, parentes e empregados desobedecessem às
disposições regulamentares, sob pena de responsabilidade, pelos danos causados
ao Mercado, e sendo vetada a entrada dos mesmos. O regulamento ainda esclarece,
em seu primeiro capitulo que cada vendedor, era obrigado a ter em seu
compartimento, uma caixa apropriada, ou um caixão forrado de zinco, para
recolher o lixo e, após o lixo recolhido, o mesmo deveria ser levado para fora
do mercado, na hora do encerramento do expediente (17h30min).
Partindo para as informações existentes no
Capitulo II do Regulamento para o serviço do Mercado Municipal de Aracaju, mais
especificadamente para as “Atribuições do Administrador”, pode-se observar que
no Art. 23º do regulamento, foram descritas, às funções competentes ao
Administrador no Mercado. Dentre essas funções destacam-se: dirigir e
fiscalizar todo o serviço, cumprindo e fazendo cumprir as leis, regulamentos,
instruções, e ordens em vigor; tinha como obrigação manter a policia do
estabelecimento, e impor as multas previstas, aos que infringirem as
disposições concernentes ao Mercado (mas as punições, equivalentes a suspensões
da profissão e proibição da entrada no estabelecimento, eram de
responsabilidade do intendente Municipal); manter o edifício e suas
dependências no maior asseio possível; admitir, suspender ou dispensar os
serventes, de acordo com as ordens do intendente; conservar em dia a
escrituração dos livros, o seu cargo, e apresentar o boletim diário referente
ao serviço de arrecadação; solicitar do intendente todas as providencias e
medidas necessárias à boa ordem e conservação do Mercado; responder pelo
serviço de arrecadação de impostos e taxas, fiscalizando-os por todos os meios
que se tornarem necessários; recolher diariamente á tesouraria da Intendência,
na forma determinada pelo regulamento, as quantias arrecadas, acompanhadas das competentes
guias, demonstrando as arrecadações das tabelas; organizar e conferir as folhas
mensais do pagamento do pessoal mensalista e diarista, remetendo-as á
Secretaria da Intendência, para os devidos fins legais; receber as importâncias
e efetuar os pagamentos, quando isso for encarregado pelo intendente;
requisitar, do intendente, as quantias efetuarem os pagamentos; enviar as
folhas de percentagem dos cobradores e fiscais, cujo pagamento era visado pelo
intendente; administrar os empregados, seus subordinados, e representar ao
intendente contra aos que merecem maiores penas. Quanto ao Art. 24º, do
Capitulo II, esse está descrevendo as incumbências de outro funcionário do
Mercado Municipal, o Escriturário. Esse tinha como principais funções: auxiliar
o administrador no fiel cumprimento das obrigações relativas ao Mercado, de
acordo com as ordens que recebesse do administrador; substituir o
administrador, em caso de impedimento monetário; fiscalizar os serviços de
arrecadação de rendas do Mercado; fazer a escrituração dos livros e numerar os
talões, organizando as folhas dos diaristas e os boletins diários de movimento
da receita e das despesas do Mercado.
Por fim, no último tópico, do Capitulo de
numero II do Regulamento para o serviço do Mercado Municipal de Aracaju,
denominado de “Disposições Gerais”, observa-se que a estrutura pessoal do
Mercado Municipal é composta por um administrador, um escriturário e todos os
cobradores, quantos necessitar para o serviço de arrecadação. Salienta-se
também que, no Art. 27º estar mencionado que o administrador e o escriturário,
do Mercado, terão ordenados e receberão mensalmente por meio de folhas de
elaboradas pelo intendente, com a competente averbação, autorizando o pagamento
respectivo. Já os demais funcionários, do Mercado, receberão quinzenais,
semanal ou diariamente, suas porcentagens em folhas, também elaboradas, pelo
intendente Municipal.
No Art. 28 º do Regulamento, pode-se observar
que todos os locatórios do Mercado, deveriam assinar um termo de compromisso
sobre as condições estabelecidas no ato de locação dos compartimentos,
garantindo assim, a legalização com a Fazenda Municipal. Nesse termo de
compromisso, observam-se algumas cláusulas como: realizar mensalmente ou
diariamente o pagamento da locação, conforme o acertado; desocupar a barraca ou
compartimento, dentro de 24 horas, no caso de atraso do respectivo aluguel
mensal, e dentro de dois dias, no caso dos alugueis, cujo pagamento fosse
diário; conservar a barraca locada, com toda higiene, de acordo com as
exigências da Saúde Publica, Municipal, Estadual e Federal; reparar os estragos
que se derem na barraca ou compartimento locado, sendo por exclusiva conta do
locatário, as despesas com os concertos; não transferir a barraca locada a
qualquer outra pessoa, sem que seja dada, previamente, o consentimento da
administração do Mercado; não depositar nos compartimentos ou barracas locadas,
explosivos, materiais ou substâncias inflamáveis, por conta própria ou alheia,
sendo que quem desobedecesse a essa
ordem, estava sujeito a pena das responsabilidades publicas; responder, perante
a administração municipal, por qualquer multa que forcem obrigados a pagar, inclusive,
assumir inteira responsabilidade por todos os danos provindos do seu negocio
por força maior, caso de roubo, desvios de mercadorias, incêndios, inundações.
Em mesmo Jornal (Jornal Diário Oficial), nas
edições de nº 2354 e 2355, publicados nos dias 22 e 23 de 1928, foi Publicado,
pela Administração do Coronel Theophilo Dantas, a Mensagem apresentada pelo
mesmo, ao conselho Municipal, no dia 10 de janeiro de 1928. Onde são relatados
os movimentos ocorridos durante o exercício financeiro de 1927. O Mercado
Municipal, no ano de 1927, era considerado, uma das principais fontes de
receita do Município, tendo como diretor o Coronel Antonio Prado Franco, esse
era responsável ainda por arrecadar as rendas obtidas no aluguel dos estandes,
Mercado Municipal.
Hoje
se pode observar que as diversas obras sofridas pelo Mercado Central de
Aracaju, foram de grande relevância, tanto para o
crescimento econômico de Aracaju, quanto para a vida social local, pois
representa o desenvolvimento urbano dessa cidade que, mesmo com o surgimento
dos mercados setoriais, o Mercado Central de Aracaju tem
resistido e ainda é considerada, a principal opção da população aracajuana, em
relação à aquisição de produtos de bens de consumo. Onde cada parte do mercado atual
tem sua finalidade de venda. O prédio mais antigo, chamado de Antônio Franco,
onde na década de 30 era o único prédio que compunha o Mercado, e que era
destinada a venda de gêneros alimentícios, hoje serve como um Centro comercial
popular para fins turísticos, onde são comercializados artigos e produtos
artesanais como cerâmicas, rendas, roupas artesanais, produtos feitos de couro,
de palha, madeira, entre ouros. Nesse mesmo espaço é possível encontrar barracas
de Cordéis, grupos de repentistas, restaurantes onde são vendidas comidas
típicas do estado de Sergipe, e onde, aos Sábados, por volta das 12:00 horas da
tarde, é possível encontrar trios pé de serra tocando no ambiente, enquanto a
população aracajuana, e os turistas visitam ao local. . Já o Thales Ferraz, é
comercializado as riquezas gastronômicas com o mel, queijos, castanha,
tapiocas, pé-de-moleque, diversas cocadas, ervas e produtos relacionados aos
cultos afro brasileiros enquanto que o Mercado
Albano Franco é dedicado ao ramo de hortifrutigranjeiros,ou seja, a
venda de frutas, verduras, legumes, carnes, peixes, mantimentos,temperos. Mas,
anda nesse espaço podem-se encontrar produtos para o lar, roupas, brinquedos e
ainda conta com extensa área para estacionamento de veículos que, serve como
“praça de eventos” para alguns acontecimentos e comemoração da população
aracajuana. Um exemplo disso são as comemorações dos festejos juninos de
Aracaju, denominado de “Forró-Caju”, que o corre todos os anos, nesse espaço.
Assim como nos dias atuais, As noites do
Mercado Central de Aracaju sempre foram bem agitadas, além
do importante movimento de transporte de passageiros e mercadorias existente no
Mercado, havia também um forte clima de boemia. Pois a vida social em torno dos
mercados era bastante intensa. Na parte de baixo funcionavam mercearias durante
o dia e na parte de cima bares e restaurantes. Mas à noite, eram revelados os
cabarés e as boates. Algum que hoje ainda pode ser visto, mas de forma mais perceptível,
e não só durante a noite, mas também durante o dia. A área localizada ao redor dos mercados
centrais de Aracaju, região que compreende a Avenida Otoniel Dórea, o Beco dos
Cocos e as ruas Santa Rosa e Florentino Menezes, era mais conhecida como Vaticano.
Pois Era uma forma irônica, do povo aracajuano, com relação ao que acontecia
naquele local durante as noites, ou seja, prostituição, e muita bebedeira. Mas a partir da década de 1970, quando a prostituição começou a ser
reprimida na área, a região continuou a ser um importante pólo cultural da
cidade, com constantes apresentações de diversos músicos locais.
Hoje, o Beco dos Cocos serve de espaços para
realização encontros culturais, como shows, apresentações de teatro. Já a Rua
de Santa Rosa e Florentino Menezes fazem parte do comercio central de Aracaju,
onde são comercializados produtos de diversos gêneros. Mas que durante a noite, essas ruas ainda
servem de ponto de prostituição, e de venda de drogas. E por isso, passou a ser
chamada pela população aracajuana de “cracolândia”.
As casas de Auta e de Branca e os Cabarés Pinga Tostão e Pedro Begadão,
na Rua Bonfim; a Casa de Madalena e o Cabaré Portão de Ferro, na Rua Simão
Dias; os Cabarés Ponta da Asa, na Rua São Cristóvão; Shell, no Largo Esperanto,
Bela Vista, no Beco dos Cocos, esquina Rua Santa Rosa, Pinga Pus, na Avenida
Pedro Calazans, Alabama, na Avenida Otoniel Dória, Capineira, na Avenida São
Paulo com Rua Bahia, Brama Bar, na Rua João Pessoa, Imperial, na Avenida Carlos
Firpo, esquina com a Rua Divina Pastora e do Sargento Elias, com a Rua da
Frente; as Casas de Odete e da Titia, no Bairro Industrial e a Casa de Edite,
na Ilha das Cobras. Destaque ainda para as Casas de Vanda e Ciganinha e os
Cabarés Bambu, Shangai de Tefinha e Miramar, do popular Tonho. (SOTERO, 2007, p.
89-90)
2-Da transformação em Centro Histórico
A
cidade de Aracaju transformou-se em um Centro Histórico com seus casarões do
século XIX, prédios públicos que abrigou ilustres representantes da política
sergipana, os grupos escolares, como a Escola Normal, o Atheneu, Manuel Luiz
dentre outros, a sede da província que a princípio localizavam-se no prédio da
Alfândega na Praça General Valadão que hoje se encontra deteriorada e servindo
de abrigo para os delinqüentes que vivem no centro. O quartel da policia
militar, a marinha dentre alguns prédios que fizeram parte do processo de
transformação que a cidade passou depois de torna-se capital de Sergipe.
Os
grupos escolares que desenvolveram no período da mudança da capital foram a
Escola Normal ou Instituto Rui Barbosa, Colégio Atheneu Sergipense, ambos com curso
de magistério destinado para homens que com o passar dos anos e a falta de
incentivo da profissão docente ocorreu um desinteresse entre os jovens passando
a investir em outras profissões como a de Advogado e Médico, fato que obrigou a
inclusão de mulheres neste curso, pois naquela época a mulher só era destinada
saber ofícios domestica pra o casamento que na maioria das vezes era
providenciado pelos pais.
Outro
grupo que se destacou também foi o Manuel Luiz que atualmente localiza-se na
Avenida Pedro Calazans próximo ao hospital Cirurgia que também fez parte do
processo de desenvolvimento da nova capital com seu ilustre Doutor Augusto
Leite.
A
Praça Fausto Cardoso foi palco de grandes movimentos no decorrer da história de
Aracaju, aconteciam manifestações políticas, culturais e religiosas, era o
local mais frequentado da cidade onde se localizavam o Palácio Provincial, a
Ponte do Imperador dentre vários prédios que pertenciam ao governo.
3-
Manifestações Religiosas e Políticas
As
manifestações religiosas em homenagem a procissão do Bom Jesus dos Navegantes
atraiu multidões, várias embarcações acompanhavam o cortejo de devoção ao Santo
e a ponte era o ponto de partida da procissão que hoje continua acontecendo no
dia 1 de Janeiro.
Falar
das manifestações que, ocorreram no período da mudança da capital e teve como
cenário a Praça Fausto Cardoso, nos remete a lembrar e falar um pouco da
história da Câmara de vereadores de Aracaju, que foi fundada após 13 dias de
instalação da cidade como informam os pesquisadores Jorge Carvalho do
Nascimento e sua esposa Éster Fraga Vilas-Bôas Carvalho do Nascimento:
A História do Poder Legislativo
no Município de Aracaju é, portanto, uma expressão importante da história
política da capital de Sergipe e das práticas de vida dos homens e mulheres que
aqui viveram e vivem. Tal História é reveladora das distintas formas de
exercício do Direito de participação política da população. A cidade de Aracaju
foi fundada em março de 1855, para ser a capital da Província. No mesmo mês, a
Câmara Municipal começou a funcionar. Na sua primeira década de funcionamento,
contou com 31 vereadores titulares e 14 suplentes, totalizando 45 membros. (NASCIMENTO,
2010, p.28)
Dentre
os movimentos que ocorrem em Aracaju que tiveram a praça como palco está à luta
pelas eleições diretas que tinha como slogan Diretas Já, que atraiu multidões,
o anuncio da morte de Getúlio Vargas foi um dos momentos marcantes da praça.
O
presidente Inácio Joaquim Barbosa também providenciou a construção de uma
estrada ligando a Capital ao povoado Santo Antônio no Alto da Colina, atual Avenida
João Ribeiro.
3-Da
moléstia que assolou a Capital
No
decorrer da construção da nova Capital, que se desenvolvia promissoramente,
ocorre um surto de moléstias endêmicas, “e que quase ninguém escapou de ser
atacado de febres intermitentes, o que a muitos amedrontou”, afirmou o Dr.
Pedro Autran da Mata Albuquerque.
O
surto que ocorrera no período da construção da nova Capital acabou por atingir
o Presidente da Província Inácio Barbosa, que divido a doença necessitou fazer
uma viagem para Estância em busca de um ambiente mais saudável para sua
recuperação, fato que agravou mais seu estado de saúde. Depois de um mês do
início de sua doença em 6 de outubro o Presidente falecia aos 33 anos de idade,
sendo enterrado na cidade de Estância, seus restos mortais foram transportados
para Aracaju em 1858. Seu governo durou um curto espaço de tempo um ano, dez
meses e dezenove dias, mas que custou o reconhecimento sergipano às suas
realizações.
O Presidente Salvador Correia de
Sá e Benevides, ao tomar as providências para a remoção dos seus restos mortais
de Estância para Aracaju, autorizada pela resolução Provincial n° 453, de
3/9/1856, justificava afirmando que, a nova Capital, “atestarão a cada momento,
que as bases do brilhante futuro da Província foram plantadas por este homem em
sacrifício de sua vida”. A transladação era prevista para fevereiro de 1858, tendo
ele tomado as providências necessárias para a realização, a partir de
aquisição, em Recife, do túmulo de mármore a ser colocado no local escolhido
nos fundos da Capela de São Salvador. (Ibidem, 2006, p.146).
Entre
os prédios públicos que foram erguidos com a mudança da capital, está a
construção da primeira igreja. Almeida expõe: “Ao fundar-se esta capital, seu
ilustre e finado fundador, o Dr. Inácio Joaquim Barbosa tomou por protetora de
sua obra a Imaculada Conceição. É a padroeira do Império que ele toma por
protetora de sua grande obra, e ele tenta levantar um templo da Virgem, que aí
fica em alicerces a Igreja da Conceição”.
O
tenente-coronel João Manuel de Souza Pinto doou um terreno para construção da
capela São Salvador como era chamada a Igreja Nossa Senhora da Conceição, que se
localizava no lugar onde foi erguido o prédio da Assembléia Provincial. Sendo
que o terreno doado foi usado para outra finalidade, a igreja ficou sem ser
construída.
Em
1863 o Presidente Joaquim Jacinto de Mendonça afirma que a capela de São Salvador
como era chamada funcionava provisoriamente como Matriz e autorizou a
construção “na praça que passou a chamar-se da Conceição e o fez sem patrimônio
algum”, isto é, não houve doação de terreno, nem instituição da fabrica, como
era comum para edificação de igrejas. Atualmente a Igreja chama-se Catedral e
localiza-se na Praça Olimpio Campos.
Em
1875, 13 anos após o lançamento da 1ª pedra, foram as obras de construção
inauguradas com a ajuda dos fiéis. Entretanto, ainda eram necessários os
alfais, imagens, paramentos que foram sendo adquiridos com o passar do tempo.
Se
Nossa Senhora da Conceição é padroeira de Aracaju por ser a devoção do Império
ou a devoção particular do presidente Inácio Barbosa, o certo é que Aracaju
continua solenemente a festejar no dia 8 de dezembro sua padroeira como símbolo
da fé e esperança.
A
igreja da Colina do Santo Antônio faz parte do cortejo em devoção à padroeira
da cidade Nossa Senhora da Conceição e o evento tem diversas manifestações
religiosas dentre elas a católica e o candomblé que participa da festividade em
homenagem a padroeira da cidade começando pelo centro de Aracaju durante o dia
e a noite na Orla onde são lançadas ao mar as oferendas a Iemanjá que na
religião católica é Nossa Senhora da Conceição.
Os
curtos africanos no Brasil durante muito tempo foi proibido, os negros por sua
vez como não podiam entrar nas igrejas, cultuavam seus santos nas senzalas onde
viviam sendo perseguidos pelos senhores de engenhos que achavam os cultos como
sendo bruxaria e os proibia de realizarem, para driblar as ações de
perseguições que os negros sofriam quando estavam cultuando seus deuses,
começaram a fazer uma relação entre os santos da igreja católica com o do
candomblé como, por exemplo, Iemanjá que é Nossa Senhora da Conceição, São
Jorge que é Ogum.
III-CONCLUSÃO
Olhar a cidade de Aracaju de forma
icnográfica nos remete a voltar ao passado em que a cidade possuía apenas
sítios isolados de povoação cheio de pântanos e charcos, que mesmo com tantos
contrastes inspirou seu fundador Inácio Joaquim Barbosa a coloca-lá como sede
da província, contrariando diversas autoridades da época principalmente de São
Cristóvão, que recebeu a notícia sobre protesto. Mas para que esta
transferência ocorresse foi necessário pensar em uma cidade planejada e Aracaju
era privilegiada por sua localização geográfica que fica próximo ao mar, fato
que levou seu fundador a contratar o Capitão de Engenheiros Sebastião José
Basílio Pirro para planejá-la e construía-la.
Assim
vários prédios públicos e particulares foram erguidos a exemplo da Alfândega,
Colégio Atheneu, Escola Normal dentre outros, lembrando do Mercado Central que
fez parte desse processo de desenvolvimento dando a cidade um crescimento
social, político e econômico muito importante no seu processo desenvolvimento
desde o político ao religioso.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRA, Jurandyr Pires.
MARTINS, Hildebrando. Enciclopédia dos
municípios brasileiros. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Geografia, 1959
NUNES,
Maria Thétis.Sergipe Provincial, II
(1840-1889). Rio de Janeiro;mTempo Brasileiro; Aracaju, Se: Banco do Estado
de Sergipe, 2006.
Revista
de Aracaju/Prefeitura Municipal de Aracaju. Ano LXI. Funcaju; 2005. Nº11.
MEDINA, Ana Maria Fonseca. Ponte do Imperador. 2ª Edição.
Aracaju/Se: Gráfica J. Andrade, 2005.
NASCIMENTO,
Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do, NASCIMENTO, Jorge Carvalho. Fontes para a história do poder
legislativo da cidade de Aracaju: a primeira década de funcionamento da câmara de vereadores (1855-1865) –
Aracaju: Criação, 2010.
Jornal
“Diário Oficial”, nº 2337, 01 (domingo) de janeiro de 1928, pag. 12898, 12899,1
2900
Jornal
“Diário Oficial”, nº 2354, 22 (domingo) de janeiro de 1928.
Jornal
“Diário Oficial”, nº 2355, 24 (terça feira) de janeiro de 1928.
Notas de rodapé:
[1] Jornalista,
historiador e diretor do Instituto Tobias Barreto e ex-secretário de Estado da
Cultura. Escritor do Portal Infonet todos os sábados.
[2] Corresponde a gêneros
relacionados a cargas e descargas de navios.
[3] Vísceras de animais.
[4]
Hidróxido de potássio.
[5] Artistas de circo, como
acrobatas e palhaços.
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